Apresentado
por Paulo Carneiro, Eugênio Machado Souto, o Geninho, 71 anos, assumiu o
comando do Vitória faltando, 16 partidas para o final da Série B, com o time
podendo voltar à zona de rebaixamento até o final da rodada.
Da
redação com informações do ECVitória
Fotos:
Gabriela Simões
Apesar
de ter sido apresentado pelo presidente como um velho amigo, velho colaborador,
ex-jogador (foi goleiro na década de 80), uma pessoa contaminada com os ares
rubro-negros há mais de 30 anos, profissional vencedor e exemplo de homem,
Geninho negou o rótulo de salvador da pátria. Para ele será mais um desafio
para atender um pedido de um velho amigo.
O
técnico começou a coletiva dizendo que é um prazer estar de volta ao Vitória.
“Como Paulo (Carneiro) disse, eu tenho ligações com o Vitória já muito antiga.
Estive aqui como jogador, depois vim por mais duas ou três vezes. Então chego
realmente com o coração muito aberto e uma expectativa muito boa de mais uma
vez poder colaborar com o clube. Eu não chego como ‘salvador’. Chego como uma
pessoa que vem tentar fazer um bom trabalho, que vem tentar ajudar um grupo,
que acho que é um grupo bom, um grupo de jogadores de qualidade, para tentar
fazer com que esse grupo renda o melhor possível para que o Vitória possa, ao
final dessa competição, estar num lugar onde faz jus. O Vitória pelo clube que
é, pela camisa que tem, por tudo aquilo que conquistou não é equipe de ficar
brigando em fundo de tabela. O Vitória tem que pensar em coisas maiores”.
Geninho,
no entanto, adverte: “O momento exige que nós tenhamos os pés no chão e que não
nos deixemos levar por ilusão e nem por planos muitos altos. O momento é você
dar tranquilidade ao clube, a fazer o clube voltar a vencer, somar pontos que
vá lhe dando tranquilidade na caminhada para atingir alguma coisa maior ao
final da competição”.
Rejeita
o rótulo de “salvador” e afirma que chega para assumir “desafios”. “Venho com
desafios, sempre me desafio. Você pegar o Vitória na situação em que está é um
grande desafio”. Ressalta, porém, que não faz nada sozinho e que vai precisar
haver uma sintonia muito grande entre planejamento e execução para o Vitória
conquistar os resultados.
“Não
vou fazer nada sozinho, nunca fiz nada sozinho. Sempre trabalho junto com o
grupo. É o grupo que faz o trabalho, que consegue os resultados. Planejo, não
sou eu que executo. Tem que haver uma sintonia muito grande entre planejamento
e execução para que as coisas funcionem de uma maneira bastante ajustada e os
resultados venham. E é assim que a gente vai tentar trabalhar”.
Geninho
elogiou seu antecessor, o técnico Carlos Amadeu, e disse que com esses anos
todo de profissão se acostumou às pressões. “Você começa a trabalhar em
qualquer lugar, e o treinador é cobrado. O treinador vai ser sempre a bolinha
no centro do alvo. Ele traz a responsabilidade da cobrança. Hoje, eu me sinto
preparado para isso. Sou rodado, já passei por muitas situações, já passei por
situações difíceis. Eu venho sempre para o trabalho achando que eu posso mudar
a situação. Se achasse que não, nem viria”.
E
acrescentou: “Ninguém tem uma varinha de condão para chegar aqui e mudar tudo.
Vou partir de um trabalho que vinha sendo feito e que, até na minha opinião,
era um bom trabalho. Vou partir de uma base daquilo que vinha sendo feito.
Conversei e vou continuar conversando muito com as pessoas que estavam vivendo
mais o dia a dia. Vou ver muita coisa em termos de vídeo, informações. E,
baseado nisso, vou tentar encaixar alguma coisa que possa nos levar voltar a
vencer. Claro que, para o primeiro jogo, você não vai ter uma mudança drástica.
Mas alguma coisa você pode encaixar de maneira diferente, dentro da sua maneira
de ver futebol”.
Sobre
a Série B, disse que é um campeonato difícil. E explicou: “É um campeonato mais
equilibrado. Você não tem na Série B aquela diferença que está tendo na Série
A, de quem está no fundo para quem está no meio ou para quem está na ponta. É
muito estreito. Você não pode dizer hoje, na Série B, que ninguém caiu e que
ninguém foi campeão ainda. Existe uma diferença entre o último e o primeiro,
mas não é tão grande, é tudo estreito, coisa de um ponto, dois, três. Você
ganha dois, três jogos, dá um salto imenso na tabela. Você perde dois jogos,
vai lá para trás. O futebol jogado na Série B é o futebol de resultado.
Dificilmente, você vê um grande jogo técnico, um jogo gostoso, um jogo onde te
encanta os olhos. Você vê aquele jogo de muita marcação, pegada, muita doação,
muito coração, transpiração. Onde a equipe, de repente, faz um resultado e luta
até o final para manter aquele resultado. Tem que entrar focado no que precisa
fazer, se doar de corpo, alma, coração, tudo que tem direito, para que a gente
atinja os nossos objetivos”.
Para
concluir, convocou a torcida rubro-negra para apoiar esse novo momento do clube.
“A torcida do Vitória vai nos acompanhar. O carinho que eles têm pelo clube é
muito grande. Isso é fundamental, é um fator preponderante para recuperação. É
a torcida que levanta o time quando ele precisa. Quando a torcida vaia, é tudo
o que o adversário quer. A torcida do Vitória, quando joga junto, é diferente.
Jogar contra o Vitória, com a torcida apoiando, é complicado”.
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